A catálise, sem dúvida, foi a força motriz que moldou minha trajetória profissional e me conduziu às conquistas que celebro até hoje. No entanto, antes de mergulhar na minha história com a catálise, é fundamental revisitar a origem do meu interesse pela Química.
Tal como muitos processos químicos descobertos por acaso, o meu fascínio pela Química também surgiu de maneira inesperada. Após concluir o Ensino Médio em uma escola técnica agrícola, parecia natural seguir os caminhos da medicina veterinária ou zootecnia. Porém, a obrigatoriedade de um estágio de conclusão me levou a uma experiência transformadora: trabalhar na área de Produtos Agropecuários, no laboratório de controle de qualidade de uma renomada indústria de doces de leite e frutas no Rio Grande do Sul. Foi nesse ambiente que a Química começou a despertar meu interesse.
Decidido, iniciei meu curso de graduação em Química na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Durante o curso, enfrentei altos e baixos até que uma oportunidade marcante surgiu: tornar-me aluno de Iniciação Científica em um laboratório de pesquisa. Esse foi um ponto de inflexão crucial que culminou com minha diplomação.
A porta para a catálise foi aberta por um grande amigo e colega, Fabiano Kauer Zinn, que me apresentou ao professor Osvaldo Casagrande, recém-chegado à UFRGS e integrante do grupo de pesquisa do professor Jairton Dupont. Na Iniciação Científica, trabalhei, com compostos de coordenação, na hidrorutenação de aminas propargílicas, observando de perto os projetos dos colegas na área de catálise. Finalizada a Graduação, ingressei no mestrado, mantendo-me focado nos compostos de coordenação até o primeiro ano de minha dissertação de mestrado. Diante de resultados insatisfatórios, optamos por uma mudança radical no projeto. O professor Osvaldo, retornando dos Estados Unidos após seu pós-doutorado com o professor Richard Jordan, focou sua pesquisa em uma nova classe de catalisadores pós-metalocênicos para a polimerização do etileno. Em pouco mais de um ano, defendi minha dissertação de mestrado intitulada "Homo e Copolimerização do Etileno utilizando Compostos Contendo Ligantes Trispirazolilborato", no ano de 1999. Os resultados me proporcionaram a oportunidade de uma apresentação oral no 10° CBCat, em Salvador.
Prossegui meus estudos no doutorado (1999 – 2003) sob a orientação do professor Osvaldo. Entre os anos de 2003 e 2006, fui bolsista recém-doutor do CNPq, supervisionado pelo professor João Henrique Zimnoch dos Santos. Durante esses períodos, participei de vários Congressos Brasileiros de Catálise: Bento Gonçalves (2001), Angra dos Reis (2003), Foz do Iguaçu (2005) e do SICAT em Gramado (2006).
Em 2006, iniciei minha carreira docente na UFRGS, após ser aprovado em concurso na área de catálise no final de 2005. Como pesquisador, concentrei-me na síntese e caracterização de novos complexos de níquel e paládio contendo ligantes nitrogenados aplicados em reações de acoplamento Suzuki. Também desenvolvi uma linha de pesquisa sobre a fotodegradação do polietileno com catalisadores suportados em nanopartículas de óxido de titânio. Após um estágio de pós-doutorado na Université de Rennes I, introduzi uma nova linha de pesquisa no Instituto de Química da UFRGS, centrada em polímeros biodegradáveis derivados de fontes renováveis, utilizando tanto catalisadores organometálicos quanto orgânicos.
Com relação às atividades administrativas, no Instituto de Química, atuei em diferentes cargos, onde destaco a atuação na chefia do Departamento de Química Inorgânica e na direção do Instituto de Química. Mais especificamente, exerci um mandato como chefe substituto, dois mandatos como chefe e atualmente estou no segundo mandato como vice-diretor do Instituto de Química, nas gestões dos Catalíticos Jairton Dupont e Adriano Lisboa Monteiro, respectivamente.
Como sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Catálise, atuei na coordenação da Regional 4 em diferentes ocasiões. Além disso estive na linha de frente da organização do 17° CBCat, em Gramado (2013) e do 22° CBCat, em Bento Gonçalves (2023), especialmente na Comissão Financeira, sendo responsável pela captação de patrocínios.
Minha trajetória é uma prova do impacto profundo que a catálise teve em minha vida, guiando-me desde um interesse casual pela Química até uma carreira dedicada à inovação e ao ensino nessa fascinante área científica.
A Sociedade Brasileira de Catálise (SBCat) anuncia a organização da 31ª Conferência Internacional de Química Organometálica (ICOMC 2026), que ocorrerá entre os dias 2 e 7 de agosto de 2026, no Centro de Convenções Atlântico Búzios, em Búzios, Rio de Janeiro.
Reconhecida como um dos mais importantes encontros científicos da área, a conferência retorna ao Hemisfério Sul pela segunda vez em sua história de mais de 60 anos. Nas últimas edições, o ICOMC passou por Florença (Itália, 2018), Praga (República Tcheca, 2022) e Agra (Índia, 2024).
O programa científico abrangerá todas as áreas da Química Organometálica, com destaque para Catálise por Complexos Metálicos e Química Sustentável. A expectativa é reunir pesquisadores e especialistas de diferentes partes do mundo em um ambiente que combina excelência acadêmica com a atmosfera acolhedora e inspiradora da cidade litorânea de Búzios.
A organização convida a comunidade científica a participar e contribuir para que o ICOMC 2026 seja um evento marcante e memorável.
Acesse o site oficial AQUI.
A Sociedade Brasileira de Catálise (SBCat) convida todos os seus sócios a participarem da Assembleia Geral, que acontece nesta terça-feira, 24 de setembro, às 19h, na Sala Bossa Nova.
A atividade será realizada durante o 23º Congresso Brasileiro de Catálise (23CBCat), em Natal, reunindo a comunidade científica da área. A participação dos associados é considerada essencial para o fortalecimento das ações da Sociedade.
A SBCat ressalta que a presença dos sócios é fundamental!

A Sociedade Brasileira de Catálise (SBCat) informa que estão abertas as inscrições de chapas para concorrer às eleições das novas Coordenações dos Grupos das Regionais 1, 2, 3 e 4, referentes ao biênio 2026-2027.
Conforme o Art. 33 do Regimento da SBCat , a composição dos Grupos Regionais está organizada da seguinte forma:
Grupo Regional 1: Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Grupo Regional 2: Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais (exceto Triângulo Mineiro e Sul de Minas).
Grupo Regional 3: Estados de São Paulo, Paraná, Triângulo Mineiro e Sul de Minas Gerais.
Grupo Regional 4: Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
De acordo com o Art. 35 do Regimento da SBCat, as chapas devem apresentar os nomes dos candidatos aos seguintes cargos: Coordenador, Vice-Coordenador, Secretário e Tesoureiro.
As inscrições devem ser realizadas pelo candidato ao cargo de Coordenador por meio do envio da proposta de chapa para o e-mail
Inscrições de Chapas: Até 11/08/2025
Votação Via Internet: De 01/09/2025 a 23/09/2025
A SBCat reforça a importância da participação ativa de seus membros regionais na construção coletiva da comunidade catalítica nacional.
Calendário de Eleições |
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| Atividade |
Prazo |
| 1 - INSCRIÇÕES DE CHAPAS | Até 11/08/2025 |
| 2 - HOMOLOGAÇÃO DAS CHAPAS | Até 15/08/2025 |
| 3 - DIVULGAÇÃO DAS CHAPAS (Portal da SBCat e RBCat) | A partir de 18/08/2025 |
| 4 - VOTAÇÃO VIA INTERNET (página da SBCat) | De 01/09/2025 até 23h59 de 23/09/2025 |
| 5 - APURAÇÃO DOS VOTOS | 24/09/2025 das 16h - 17h |
| 7 - APRESENTAÇÃO DA NOVA COORDENAÇÃO DO GRUPO DA REGIONAL 1 | 24/09/2025 durante a Assembleia Geral da SBCat (19h) |
Minha trajetória inicia quando ingressei na Faculdade de Química da PUCRS (2002), uma universidade privada e católica. Nesta época, trabalhava no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e cursava dois cursos simultaneamente, Química Industrial e a Licenciatura Plena em Química, mas sempre soube que queria ser professora. Vale salientar que foi no IBGE onde conheci meu marido, que é um co-catalisador importante na minha vida até hoje.
Fiz os estágios da Licenciatura na mesma escola onde minha mãe lecionava e a terei sempre como inspiração na minha carreira docente. Após sair do IBGE, iniciei estágio na Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO) no Laboratório de Fixação Biológica do Nitrogênio. Ali trabalhei por dois anos e aproveitei para fazer o TCC da Industrial, sob orientação da Profa. Rosane Ligabue, além de participar do meu primeiro Salão de Iniciação Científica na UFRGS (2006).
Somente no final da graduação comecei na Iniciação Científica, em um projeto para formação de professores de ciências a convite da Profa. Suzana Coelho, a qual eu era monitora das disciplinas desde o início da graduação. Em seguida, iniciei em um projeto para obtenção de biocombustíveis (bioetanol a partir da casca de arroz e biodiesel a partir de óleo de fritura) testando diferentes catalisadores, sob orientação da Profa. Jeane Estela de Lima, foi quando a Catálise apareceu na minha vida acadêmica e me levou a participar do meu primeiro Congresso, sobre Bioenergia em Curitiba (2008).
Concluí a graduação (2008) e comecei a lecionar para o ensino médio na rede pública do Rio Grande do Sul, onde permaneci até ir para o doutorado sanduíche em Portugal. Ao mesmo tempo (2008), ingressei no mestrado em Engenharia e Tecnologia de Materiais sob orientação da Profa. Sandra Einloft. Foi no mestrado que comecei a trabalhar com líquidos iônicos (LIs) e o CO2, sendo minha linha de pesquisa até hoje.
No mestrado (concluído em 2010), o estudo se concentrou na solubilidade do CO2 em diferentes LIs e métodos de quantificação da absorção. Já no doutorado (concluído em 2014), fiz a imobilização de LIs em materiais mesoporosos para aplicá-los, simultaneamente, como adsorventes e catalisadores na captura e conversão de CO2. Além disso, realizei um ano de estágio sanduíche na Universidade Nova de Lisboa (UNL), que me proporcionou uma dupla-titulação (cotutela) com doutorado em Química Sustentável sob orientação do Prof. Eurico Cabrita.
A Profa. Sandra foi uma orientadora especial, a qual sou muito grata na minha formação, além disso, ela me proporcionou conhecer o Prof. Roberto Fernando de Souza, o qual a orientou durante o seu doutorado no Laboratório de Reatividade e Catálise (LRC). Com este laço estreito, o Prof. Roberto participou da banca da minha dissertação (2010) e, as profes Michèle e Katia, da banca da minha tese (2014).
Desde 2015 sou pesquisadora de pós-doutorado no LRC, Instituto de Química da UFRGS, criado pelo Prof. Roberto Fernando de Souza e a Profa. Michèle Oberson de Souza, cofundadores da Sociedade Brasileira de Catálise (SBCAT). Atualmente, a Profa. Katia Gusmão é a coordenadora do LRC e presidente da SBCAT. Me sinto muito privilegiada pelo convívio com estes professores, que tanto nos ensinaram e nos ensinam.
Entre bolsas e projetos, a catálise faz parte da minha vida, não só por ser a área de pesquisa em que atuo, mas sobretudo pelas pessoas especiais que o caminho das reações me trouxe, algumas desempenhando papéis catalisadores na minha formação, como é o caso dos(as) professores(as) que citei e dos colegas e amigos ao longo dessa trajetória.
Me alegra poder colaborar como sócia e membro da diretoria da regional sul da SBCAT desde 2019 e ajudar na formação dos alunos que compõem nosso grupo de pesquisa no LRC, incentivando para que trilhem o caminho da Catálise.